sexta-feira, 9 de junho de 2006

ACNE E AUTO- ESTIMA

A Acne, sem dúvida, é um problema de saúde, e mais ainda, é uma questão que interfere diretamente na auto-estima das pessoas.
Desde o adolescente que se sente estigmatizado por sua aparência até o adulto que, muitas vezes, carrega em seu rosto as cicatrizes do problema.
Neste sentido os professores (*), que convivem diariamente com os jovens e com o período áureo do surgimento da acne, a adolescência, podem ser importantes agentes na disseminação do conhecimento sobre o assunto e na prevenção de suas conseqüências.
Nossa pele é naturalmente lubrificada pelo sebo produzido pelas glândulas sebáceas presentes nos pêlos (chamados folículos pilossebáceos), impedindo seu ressecamento. Porém as mudanças hormonais da puberdade, bem como os fatores emocionais e do ciclo menstrual podem aumentar drasticamente a produção deste sebo.

É importante que as pessoas saibam que, ao contrário do que se pensa, não há evidências científicas de que a alimentação cause ou reduza a ocorrência de acne. Uma alimentação saudável sempre é recomendável, mas não como tratamento da acne.
Devido à produção excessiva do sebo, nem sempre ele é adequadamente liberado, gerando uma obstrução do folículo, chamado "comedão", um ponto preto também conhecido como cravo. O sebo retido acaba se tornando uma inflamação, normalmente vermelha e dolorida, com ou sem pus - a famosa espinha.

Além disto o sebo é um meio propício à proliferação de bactérias, o que intensifica a acne. Nenhum dos dois deve ser espremido, pois pode agravar o processo e deixar cicatrizes para toda a vida.
A acne é uma doença dermatológica muito comum. É mais freqüente em adolescentes e adultos jovens, homens e mulheres, e existe uma tendência hereditária pra ela, mas a grande maioria das pessoas apresenta manifestações suaves.

Apenas cerca de 15% da população apresenta inflamações mais graves, com lesões mais aparentes, necessitando de atenção mais específica. A acne é mais comum no rosto, mas pode aparecer também em outras áreas do corpo, especialmente peito e costas.
O tratamento, dependendo de seu estágio e das reações do paciente, pode envolver diversas medidas, desde o uso de sabonetes neutros e loções dermatológicas para combater os efeitos do excesso de sebo, sem contanto impedir sua produção, passando pelo uso de produtos esfoliativos, antibióticos tópicos e orais, chegando até o uso de retinóides orais derivados da vitamina A.

Porém os tratamentos não são instantâneos e a ansiedade do paciente pode ser um fator a mais a ser acompanhado. Abandonar o tratamento ou os cuidados pode fazer com que a acne retorne, o que faz crer que o tratamento não está funcionando.
O importante é fugir de soluções caseiras, que muitas vezes agridem ainda mais a pele.
Os professores (*), que acompanham estes adolescentes, podem ser importantes amigos dos jovens nesta hora tão difícil!

E conte sempre com o apoio de um dermatologista, alguém que conhece e estuda a fundo os problemas da pele.



(* escrevi este texto originalmente no site AO MESTRE, voltado aos professores)

comentários ou perguntas? mande um email para fernandobezerra.dermato@uol.com.br